Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Cora Coralina

domingo, 7 de novembro de 2010

Relato de Experiência



Estou como gestora há dois anos, porém fui coordenadora pedagógica durante vários anos; passei por diversas gestões e de cada uma delas pude tirar o que deram de bom e de ruim.

Ser gestor de escola não é fácil, pois a diversidade individual e cultural dos atores que nela estão inseridos é grande. O trabalho é árduo, de conscientização e de respeito com a individualidade de cada um. As diferenças não se encontram só no meio discente, mas também no meio docente, de funcionários e pais de alunos. Meu trabalho é pautado na igualdade de tratamento para com cada um, respeitando sua individualidade e suas opiniões. Não é fácil manter um grupo coeso e unido em um só propósito, que é o de minimizar as questões de aceitação de nós para com o nosso próximo, que muitas vezes julgamos diferentes de nós ou do nosso grupo. Nossos professores trabalham bastante essa questão para manter o respeito pela cultura e pela individualidade do outro.

Em nossa comunidade escolar encontramos muitos problemas quanto a isso, porém, temos feito um trabalho em que tem diminuído bastante os atritos. Buscamos sempre mostrar o porquê de cada opinião e a importância de se respeitar o pensamento ou as idéias dos outros, tentando assim uni-las e formar um só pensamento que seja direcionado ao bom andamento do trabalho e da melhora da educação em nossa comunidade escolar. Em nossas reuniões de pais damos oportunidade dos pais questionarem e juntos acharmos as respostas para todos os problemas que se apresentam; não é muito fácil lidar com esse tipo de abertura para os pais na escola, mais com isso temos ganhado a simpatia e o apoio para tudo que queremos implantar como melhora em nossa comunidade escolar.

DIVERSIDADE = VARIEDADE, DIFERENÇA, e como podemos sobreviver num mundo sem as diferenças, sem as variedades? Procuro sempre deixar claro para todos os envolvidos em nossa comunidade escolar, que são essas diferenças e variedades de cultura, de opiniões que tornam nossa vida mais bela e mais interessante, pois com isso temos a oportunidade de vivenciar vários aprendizados de “mundo”.

Com a chegada da “gestão democrática”, temos transformado em realidade situações e oportunidades que há alguns anos atrás eram só utopia; temos materiais, alimentação, passeios culturais e muitas outras coisas dentro de nossas escolas depois que os recursos foram liberados para serem administrados por esta, e que ela ganhou um conselho para juntos tomarem as decisões do que é mais importante para a aplicação destes recursos. A gestão democrática é muito importante, quando realmente ela é democrática, quando você toma decisões junto com outros que estão envolvidos no mesmo processo, pois assim você tem mais segurança e respaldo ao tomar decisões. Vejo um grande avanço em nosso sistema educacional brasileiro, pois este tipo de gestão abre portas para que cada escola levante seus problemas e descubra a melhor maneira de atacá-los.

Tudo isso que vem acontecendo tem melhorado gradativamente, ainda não é o ideal, mais aos poucos vamos conquistando uma melhora em nossa educação brasileira, e não vejo uma melhor forma de demonstrar isso senão com as avaliações de larga escala que vem acontecendo e que tem sido uma forte aliada dos gestores e professores para ver onde está a falha em nossa escola, quanto ao aprendizado dos alunos. Sou muito a favor dessas avaliações, pois elas chamam, nós gestores a responsabilidade de fazer melhorar o aprendizado de nossos alunos, não vejo como uma medição de saberes, mas como uma fonte inesgotável de compreensão de onde estamos falhando e onde devemos melhorar. Em nossa escola temos atacado os pontos mais fracos do aprendizado de nossos alunos, que são a leitura e escrita e a matemática, temos realizado muitas atividades envolvendo leitura e escrita e trabalhado muito com jogos matemáticos para minimizar essa brecha, melhoramos nosso ideb, ainda não foi para a meta que nós como unidade escolar nos propusemos a alcançar, mas vamos continuar trabalhando para que nosso próximo ideb seja de excelência, isso nós dá garra e força de vontade de melhorar e ver nossos alunos saindo vencedores das suas dificuldades.

Parcerias Institucionais



Uma forma de introduzir mecanismos de incentivos no sistema público de educação e, com isso, elevarem sua eficiência, é através de parcerias público-privadas. A idéia básica é combinar a eficiência do setor privado com a característica do setor público de dar acesso a todos, particularmente aos mais pobres. Outro aspecto muito importante dessas parcerias é que elas criam um mecanismo de competição por recursos públicos que, por sua vez, gera incentivos para um melhor desempenho das escolas públicas. Várias experiências interessantes de parcerias público-privadas em educação têm sido implementadas. Embora existam várias modalidades de parcerias público-privadas, dois modelos se destacam. O primeiro, implementado em vários estados dos Estados Unidos desde o início da década de 90 e na Colômbia (especificamente, em Bogotá) desde o início desta década são as chamadas escolas-charter. Nessa modalidade, escolas privadas, organizações não-governamentais e, em vários casos, professores e pais de alunos, podem se candidatar, mediante um processo de concorrência, a receber recursos públicos para fornecer gratuitamente serviços educacionais. São estabelecidos contratos de gestão entre o setor público e as organizações privadas, que duram entre 5 e 15 anos. Os recursos públicos são em geral transferidos para as escolas com base no número de alunos matriculados e a concessão é condicionada ao cumprimento de metas de desempenho, como número de alunos matriculados, notas dos alunos em testes padronizados e taxas de repetência e evasão. Um aspecto importante da modalidade de escolas-charter é que ela beneficia não somente os alunos que se matriculam na escola submetida ao contrato de gestão, mas também aqueles que permanecem nas escolas públicas, já que essas últimas têm um incentivo a melhorar seu desempenho para não perder alunos e recursos. De fato, resultados preliminares de pesquisas sobre o desempenho de escolas-charter mostram uma melhoria nas notas de alunos das escolas públicas submetidas a essa competição. Outro mecanismo de parceria público-privada cuja experiência começa a ser difundida são os vouchers ou vales educacionais. Nessa modalidade, são oferecidas bolsas de estudo para que alunos da rede pública possam se transferir para escolas privadas de sua escolha.

Programas de vales educacionais têm sido implementados no Chile desde os anos 80 e nos Estados Unidos e Colômbia desde os anos 90, dentre outros países. A análise da experiência de vales educacionais na Colômbia mostra resultados positivos sobre o desempenho dos alunos recipientes dos vales. Também foi observada uma redução de despesas administrativas e uma realocação dos recursos para a compra de livros. A legislação brasileira deveria conferir flexibilidade suficiente para que programas educacionais que se encaixem nesses e em outros tipos de parcerias público-privadas sejam implementados.

Além disso, essas parcerias poderiam refletir não só no desempenho dos alunos, mas também em mais formação para os professores e em maior valorização para o ambiente escolar.

Porém é muito importante que a equipe pedagógica tenha o cuidado ao escolher e aceitar esses parceiros, é muito importante que esses parceiros tenham o mesmo pensamento e a mesma visão da escola, que todas as propostas andem de acordo com o Projeto Político Pedagógico e que todas as propostas sejam bem documentadas, para que não haja problemas.

Gestão Escolar


Após assumirmos a escola, começamos um intenso trabalho de busca da valorização da educação, em todos os sentidos desta palavra. O primeiro passo foi elaborar o Projeto Político Pedagógico com a cara da nossa comunidade escolar e com o envolvimento de todos neste processo. Buscamos com ele um contato maior com os responsáveis dos alunos, com os próprios alunos; criando uma relação de confiança, e de todos que fazem parte do cotidiano escolar.

Inserimos projetos que resgatassem a leitura e escrita, o respeito e a valorização do próximo, do meio ambiente e o da nossa cultura que é tão diversificada. Nosso corpo docente tem estado muito engajado na busca de ações de ensino que venham suprir as necessidades e carências de nossos alunos em relação a Educação propriamente dita. Para isso temos oferecido formações dentro da própria Unidade Escolar e propiciado a ao corpo docente participar de outras formações fora dela.

Não é fácil resgatar algo que está tão deteriorado, apesar das várias leis, como a educação das séries iniciais do Brasil; é um trabalho árduo e que a cada conquista celebramos mais uma vitória. A união da equipe e a possibilidade de poder participar das decisões vêm abrindo caminho para esta melhoria.

Vejo que é preciso despertar em toda a comunidade escolar, nisso eu incluo: pais, alunos, funcionários de apoio, docentes e equipe técnico-pedagógica o desejo por uma educação que valorize o indivíduo quanto pessoa, para assim vencermos o fracasso escolar

Como gestor não me vejo sentada em minha sala envolvida com papéis; meu papel é estar envolvida com pessoas acima de tudo.

Vejo o papel do gestor hoje como alma do fazer pedagógico, é ele quem incentiva a equipe e toda comunidade escolar para as melhorias que precisam ser feitas, para uma integração maior de todos os envolvidos na educação das crianças.

Um gestor deve estar em todos os setores discutindo melhorias para o bom andamento de sua Unidade Escolar e valorizando a opinião de todos os envolvidos nela. Penso que para alcançarmos os verdadeiros objetivos da educação é necessário que haja unidade entre os diversos setores da escola.

Ele precisa estar presente nas reuniões pedagógicas para poder ouvir o que cada docente tem a falar, ele precisa estar em contato constante com responsáveis, pois estes são os melhores para falar do desenvolvimento das crianças e da própria Unidade Escolar; ele na verdade precisa ser um elo entre todos os envolvidos no processo de educação, buscando o aprimoramento de todos inclusive o dele próprio.

É preciso incentivar nossos professores na busca de melhorias na sua formação e dar a ele meios para fazê-las.

É necessário realizar amplos debates e seminários com temas como ética e postura do professor, formações que venham ajudar a mudança de prática em sua sala de aula.